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Acaba de ser lançada no Brasil a marca de cerveja Don´t Worry (“não se preocupe”, em inglês), a primeira com um teor zero de carboidratos. São duas versões: Premium Pilsner e American Session IPA. A receita é do médico Eduardo Bernhardt, de Balneário Camboriú (SC), que sempre viu pacientes lamentarem o alto teor do nutriente em bebidas fermentáveis.

É que, em uma cerveja convencional, há um teor residual de carboidratos mais complexos, que as leveduras não são capazes de fermentar (ou seja, transformar em álcool) por completo. Aí eles ficam sobrando no copo.

Após vários cursos e workshops, Bernhardt desenvolveu uma fórmula em que todos esses carboidratos não-fermentáveis são convertidos em fermentáveis. “Isso significa que as leveduras conseguem usar o açúcar até ele acabar”, resume o médico. Resultado: não sobra nada na cerveja.

Ambas os tipos são considerados de baixo e médio teor alcoólico – enquanto a versão Pilsner tem 4,1% de álcool, a American Session IPA apresenta 5,2%. “Por causa disso e também da ausência de carboidratos, elas concentram metade das calorias em relação a uma cerveja convencional”, comenta o médico. Boa notícia para quem quer controlar o peso.

Segundo ele, o sabor ficou idêntico ao de uma boa cerveja caseira. Agora, o médico inventor deseja lançar mais alguns estilos da bebida, como Belgium e Sour, além do primeiro espumante zero açúcar do mundo.

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Atrativo para quem tem diabetes?

A ausência de carboidratos é citada como uma vantagem não só para quem deseja emagrecer, mas também para diabéticos, que precisam realizar um controle da glicemia. Mas a endocrinologista Adriana Martins Fernandes, do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, explica que esse só seria um ponto forte para aqueles pacientes com diabetes tipo 2 que estão acima do peso. “Nesse caso, uma dieta com redução de carboidratos pode ser benéfica”, avalia.

“Caso contrário, a quantidade recomendada desse nutriente é similar à de um indivíduo sem diabetes”, garante. Ou seja, para alguém em forma, tomar a bebida convencional não seria um pecado – desde que com moderação, claro. Em geral, fala-se em um limite diário de duas doses para homens e de uma para mulheres. Cada dose equivale a mais ou menos uma latinha.

Adriana faz outra ponderação: para pacientes que aplicam insulina, optar por uma cerveja zero carboidratos exige cautela. É que o consumo do álcool, por si só, tende a ocasionar uma queda da glicose no sangue. E sem o carboidrato em cena, há o risco de a pessoa sofrer com a hipoglicemia, que é a queda brusca de açúcar no sangue.

O pior é que os sintomas do quadro podem ser confundidos com os que de uma embriaguez leve. “Por isso, é sempre indicado fazer o controle da glicose antes e depois do consumo de álcool”, avisa a médica. E, claro, conversar com o médico para ele individualizar a ingestão desse tipo de bebida de acordo com a rotina e as condições de cada paciente. Se o diabetes estiver fora de controle, o ideal é evitar.

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